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3 x 9 = 27

A capacidade da escrita é criar um contexto no qual outras pessoas possam pensar ( Edwin Schlossberg)

A capacidade da escrita é criar um contexto no qual outras pessoas possam pensar ( Edwin Schlossberg)

3 x 9 = 27

30
Out24

TER TRABALHO E SER POBRE


fco

Vai crescendo o numero de trabalhadores que , apesar de terem emprego, não conseguem sair da pobreza. Já lá vai o tempo que ter emprego era sinónimo de não ser pobre.

Não fora a cobertura social que a Covid-19 proporcionou , e com a qual então se protegeram os mais desfavorecidos , e a situação de “pobreza laboral” seria bem mais grave e geradora de um bem mais grave descontentamento .

Os valores dos salários vigentes ,  mesmo depois de actualizados por via da inflação,  não oferecem  resposta suficiente e capaz ao aumento dos custos do cabaz de compras familiar. E a situação ainda piora quando se acrescentam os custos, cada vez mais pesados, mormente da habitação.

Estes novos pobres confrontam-se com uma nova verdade: ter trabalho já não chega para ter uma vida digna e não ser pobre !

A nova e central  questão é agora, e também  , a perda  da dignidade de cada qual .

E nem o recurso  a apoios a fundo perdido respondem ao  mal-estar resultante da perda de sentido da vida pela perda de autonomia e auto-suficiência.

Fontes –  Relatório Intermón Oxfam

                  Abhijit Banerjee, Premio Nobel de Economia

21
Out24

É DIFICIL CHEGAR AOS 10.000 MILHÕES… MORREMOS MAIS QUE NASCEMOS


fco

A expectativa era que a população mundial chegasse a 10.000 milhões no futuro próximo. Mas depois de termos atingido os 8.000 milhões , em 2022 , tudo aponta para que a população mundial comece a decrescer. Prevê-se, até , que no próximo século, em 198 países , seja maior o numero de óbitos que de nascimentos.

Ainda sem dispôr  de uma política de planificação familiar planetária que permita enfrentar esta questão  , pode porém constatar-se  que  os países em vías de desenvolvimento  contribuem com cerca de 80% dos nascimentos,  mantendo-se na Europa uma taxa de natalidade muito baixa. Para a alta taxa de natalidade não é alheia a ausência de uma política de controlo da natalidade efectiva, com  predominância  na dificuldade de acesso a métodos  anticonceptivos.

Há dados irrefutáveis que ilustram o futuro próximo nesta matéria:

  • Os 46 países menos desenvolvidos são os que crescem mais rapidamente. Muitos duplicarão a população até 2050.
  • Acrescentámos 1.000 milhões de habitantes no Mundo nos últimos 12 anos. India foi o que mais contributo deu e superará a China como país mais populoso do Mundo.
  • Congo, Egipto, Etiopia, India, Nigeria, Pakistão, Filipinas e Tanzania são os países que mais aumentam a sua população até 2050.
  • Estima-se que metade das 121 milhões de mulheres  que engravidam , anualmente, não desejem essa gravidez.

Fontes : The Lancet ; Alejandra Agudo (El País)

19
Out24

A PEGADA ECOLÓGICA DO CULTIVO DE ABACATE


fco

Nota prévia: A questão da gestão da perigosa falta de água levou a alguns comentários. Uns , sugerindo  “ deixar os problemas em paz “ . Outros,  propondo “guardar a água” e “ deixar os abacates e os campos de golf em paz”. Penitencio-me por não ter sido suficientemente esclarecedor em questão tão delicada para o nosso futuro colectivo. Daí ter voltado ao assunto na esperança que ainda estejamos a tempo de controlar danos.

As plantações de abacate crescem sem parar. No entanto, a substituição de culturas de sequeiro por esta planta tropical , que requer muita água, tem consequências: stress hídrico, proliferação de poços ilegais, pior gestão da seca e solos degradados.

O principal problema que gera  o enorme e incontrolado cultivo do abacate é a elevada exploração de água, de origem subterrânea e/ou superficial. Para atender a essa demanda crescente, alguns agricultores enveredaram por construir poços fora da lei, face à escassez e à vigente gestão de licenças.

A situação existente no Algarve não é distinta da que se verifica na Andaluzia, com especial expressão nas zonas de Málaga e Granada. Lá tal como cá – e cá já existem empresas espanholas, com marcada relevância, no cultivo e comercialização dos abacates --, também foram sinalizados poços ilegais e já se chegou ao extremo de, apesar da seca, os abacates continuarem a ser plantados, até mesmo regando-os com camiões-tanque.

E o que lá sucede, até porque alguns dos actores são os mesmos, aqui já sucede também ou então pode suceder! Então podemos, e não custa, aprender!

A verdade é que, na vizinha Região da Andaluzia, o alto consumo de água para irrigação do abacate, combinado com ondas de calor, maior evapotranspiração e períodos recorrentes de seca, induziu a uma grande exploração dos recursos hídricos, afectando drasticamente os ecossistemas fluviais e as zonas húmidas costeiras, bem como os aquíferos, tendo-se detectado casos de salinização, pela entrada de água do mar. Além disso, o esgotamento dos recursos hídricos afectou o abastecimento público de água para a população local, que foi confrontada com cortes de água de até 12 horas no verão de 2023. Aconteceu em Espanha, porque é que não há-de acontecer no Algarve onde o problema da gestão da água é, pelo menos, da mesma gravidade?

Outro problema resultante da plantação de abacates é a maior erosão dos solos. Para plantar abacates são, muitas vezes, necessários grandes movimentos de terras, situação que pode gerar empobrecimento da terra e marcada erosão aquando da chegada das chuvas.

Apesar de todas estas circunstâncias, os abacates estão a expandir-se e a área cultivada cresce sensivelmente. E há técnicos espanhóis que não têm duvidas: " (O abacate) … é uma cultura tropical, não mediterrânica, adaptada a regiões onde chove mais do que o dobro da Andaluzia, por isso gera um deficit hídrico significativo. Apesar disso, continua a crescer em Málaga e Granada, e … (está em) … expansão em Cádis, Múrcia e no sul de Portugal".

Os mesmos especialistas pedem … “ que se interrompa a transformação de culturas de sequeiro em culturas irrigadas, distribuindo equitativamente os recursos hídricos e aumentando a eficiência da irrigação”. E exigem garantir os fluxos ecológicos dos rios e a reflorestação dos solos degradados com espécies nativas, por forma a evitar a erosão e a perda de sais minerais do solo.

Mais comedimento, menos excessos e mais interventiva política agrícola só trará vantagens para que continue a haver água que chegue e sirva a todos o melhor possível. A água é um bem escasso.

Fontes :  - Ecologistas em Acção ---  Elena Alter, coordenadora da Área de Agroecologia e Rafael Yus

                  - Seprona ( Serviço de Protecção da Natureza )- Guarda Civil

                  - Junta de Andaluzia

18
Out24

É DE ESQUERDA OU DE DIREITA ? A CULPA É DO SEU CÉREBRO!!!


fco

Fique sabendo que a  sua  posição política pode estar relacionada com o tamanho de uma região específica do seu cérebro.

Em 2011, cientistas britânicos publicaram um estudo afirmando que as opções  políticas estão relacionadas com o tamanho de partes específicas do cérebro. Basicamente, pessoas mais conservadoras têm uma amígdala cerebral maior e pessoas mais liberais têm massa cinzenta em maior quantidade no córtex cingulado anterior. A amígdala é responsável pela identificação do perigo, enquanto o córtex cingulado anterior reconhece as situações onde o autocontrole é necessário e nele é suposto realizar-se o processamento cognitivo.

No  Arizona (USA)  também se fez uma pesquisa nessa área, perguntando a democratas e republicanos se o desemprego aumentou nos Estados Unidos entre 2008 e 2010 (ano em que a pesquisa foi realizada). A resposta dos dois grupos foi mais ou menos a mesma, dizendo que a taxa de desemprego não variou muito. Mas, quando a pergunta era formulada de forma diferente, questionando se o desemprego aumentou depois que Barack Obama chegou ao poder, as respostas foram completamente diferentes. Obviamente, a maioria dos democratas disse que o desemprego não aumentou, enquanto 75% dos republicanos disseram que o desemprego piorou. Soa familiar?

Agora, o laboratório de percepção e avaliação social da Universidade de Nova York está a tentar comprovar que os nossos cérebros são programados para o partidarismo e entender como ficamos cegos com a mentalidade “nós  contra eles”. O que se sabe é que, uma vez que essa mentalidade entra em cena, o cérebro automaticamente filtra factos, inclusive os menos controversos e nós reconhecemos menos a humanidade do outro.

Fontes : National Journal , University College London , Universidade Estadual do Arizona

17
Out24

NEM FUN-FUNS, NEM GAITINHAS


fco

Discute-se muito esta coisa da votação do orçamento de 2025. E como é conversa de “ embalar a trouxa” vou tentar pôr os pontos nos is . Para não enganar ninguém, nem ninguém ser enganado. E de forma tão simples que até o “emplastro” perceba!

A AD (PSD+CDS) ganhou as eleições. Mas ganhou sem maioria absoluta. Logo, para fazer passar a proposta de orçamento, necessita dos votos de partidos da oposição, seja o PS, seja o Chega e/ou outros.

Compete à AD elaborar o orçamento e compete à AD tentar arranjar quem vote no “seu” orçamento para que seja aprovado na Assembleia da Republica. Terá de o fazer, essencialmente, à esquerda com o PS ou à direita com o Chega. Num caso ou noutro, a negociação é obrigatoriamente iniciativa da AD e pressupõe cedências. Esse propósito  é objectivo de quem está no poder.

Não é obrigação da oposição ceder. É dever de quem está no poder, se quiser manter-se a governar, tudo fazer para conseguir uma base maioritária de apoio à sua proposta orçamental. Ceder, transigir, negociar, é obrigatório e é o que é expectável.

É importante não esquecer que a questão do orçamento não acaba aqui. Agora, discute-se a aprovação na generalidade. Depois vem a discussão na especialidade e a memória recente diz-nos que, da última vez, foram apresentadas cerca de 2.000 (duas mil) propostas. Ou seja, não assegurar agora, e desde já, compromissos robustos pode originar uma avalanche de propostas e de alianças, as mais diversas, que terminem por descaracterizar fortemente o orçamento, por via da aprovação de novas acções e de novos compromissos financeiros.

Tão pouco, numa situação minoritária, a AD pode ter a pretensão e a pesporrência de querer que o seu programa seja mantido integralmente só porque ganhou as eleições. Na situação minoritária que está tem de “comprar” os votos dos outros para ajustar, tão bem quanto possível, a sua proposta governativa à configuração do Parlamento que o povo escolheu.

Bom senso, equilíbrio e comportamento de estadistas exige-se. É que a política e a governação são a arte do possível.

É pedir muito? Vá , vamos a isso que ainda é tempo. Deixem-se de fun-funs e gaitinhas!…

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