Este é o rosário dos pobres : ver crescer a família num círculo vicioso sem oportunidades e sem recursos suficientes para viverem com dignidade e sem horizontes de saída da pobreza.

Não foi há um século que saímos de situação semelhante.  Todavia  há muitos países no mundo onde a pobreza extrema e  o trabalho infantil andam de mãos dadas. E a necessidade de se ganhar dinheiro para contribuírem para a paupérrima economia familiar leva a que se empurrem as crianças a abandonarem a escola e a procurar trabalhos.

Claro que na  Ásia , onde estas situações têm especial relevo, aceita-se  e tolera-se  o trabalho infantil mesmo quando existem compromissos governamentais da sua proibição e da luta pela  irradicação . Promessas e palavras que leva o vento.

E como mudar a mentalidade instalada é muito difícil , por exemplo , no Bangladesh , há 3,54 milhões de pequenos trabalhadores entre os 5 e os 17 anos . E apesar da escola ser de frequência obrigatória , 47% das crianças não a frequenta . Pior que o Bangladesh só a India, que é o país do mundo com mais crianças, com menos de 14 anos de idade, empregadas.

As crianças são vulgarmente  serventes de mecânica, ajudantes de sapateiros,  trabalhadores da recolha de lixo e também empregados domésticos, para além das que trabalham nas pequenas empresas familiares e na economia informal .

A explicação dos pais, repito,  é que esse rendimento extra ganho pelas crianças, mesmo sendo miserável,  é-lhes indispensável.

Abandonando a escola como podem conseguir ascender socialmente e melhorar a sua qualidade de vida? E como podem abandonar essa vida tão frágil  e tão dilacerada pela pobreza estrutural?

Uns com tanto que lhes sobra e outros que tanto necessitam !

Fontes:

Huffpost

ONG Educo

Future Planet

Foi há mais de 5.000 ( cinco mil) anos que, no Peru e no Equador , se começou a comer um pequeno fruto ,  com aproximadamente 1 ( um) centímetro de tamanho, a que chamaram tomate. Quando veio até nós já tinha diferentes tamanhos e já se notava que quanto maior menos sabor tinha. Nada diferente de outras frutas e legumes que são lindos na exposição e parcos no sabor!!!

Os grandes produtores de tomates têm lutado para recuperar esse sabor original do tomate e a investigação nessa área tem trabalhado , afincadamente, na genética do tomate. Com sucesso, os cientistas , com relevo para a equipa de António Granell, sequenciaram os genomas completos de 398 variedades de tomate e identificaram os 13 compostos químicos responsáveis pelo seu sabor .

 Claro que os estudos tiveram muitos altos e baixos, sendo também certo que apanhar o fruto em verde e transportá-lo em frio para um destino ,mais ou menos longínquo, pouco ou nada ajuda a defender o seu sabor .

E  havia mais uma dificuldade com impacto comercial : cada vez que se aumentava o tamanho do tomate este perdia  sabor !

Mas , recentemente,  um investigador chinês, Jinzhe Zhang , conseguiu que os seus tomates geneticamente modificados mantivem-se o seu tamanho e , embora um pouco mais doces, recuperam-se o seu sabor original.

Não tarda nada e os tomates vão voltar a ser  e a saber a … tomates!

Fontes: Instituto de Biologia Molecular y Celular de Plantas , Valencia, Espanha

               Revista Science

Da natureza são as cores. Os verdes matizados que preenchem o horizonte desde o Inverno. E os amarelos torrados e dourados mais os ocres do Outono. E todos os tons e rubores.

Da natureza é a luz. O clarear do amanhecer e o fulgor do sol. O crepúsculo do entardecer e o aconchego triste da escuridão nocturna. E a lua que rasga e agasalha e acoita a noite enquanto as estrelas e o seu brilho iluminam a solidão.

Da natureza são os cheiros e os faros, todos os aromas e odores. E são os gostos e sabores.

Da natureza são os ventos. Os ecos e os bulícios que o silêncio oferece. E os murmúrios e rumores. Da natureza são os sons das falas, dos cantos, da comunicação, das linguagens.

Língua escrita, porém, só a humana. A nossa.

Mãe de todas as transformações a língua é motor e alavanca de mudanças, nascente de ideias e tradução de pensamentos. E a língua escrita é, para além de parceira de solidão, companhia de privilégio e portadora do sucedido e do pensado. Parceira que mexe connosco sem mexermos com ela.

Em forma de letra reunimo-nos neste debutar da actividade do 3x9 = 27.

O tema transversal é o Homem e a sua fruição das Coisas e da Vida.

Boas leituras.

É o conjunto de doenças mais em voga. Por dá cá aquela palha ” estou ansioso”, “ estas insónias não me largam” , “ a minha criança está com deficit de atenção” , “ ai a minha filha é hiperactiva”, “ ando muito nervoso”, “ tenho ataques de pânico”!

Tomar um antidepressivo está apenas a um pequeno passo. E depois há uma solução à mão de semear : há sempre um conhecido perto que tem uns comprimidos óptimos que lhe sobraram .

Por alguma razão o consumo de antidepressivos e de ansiolíticos disparou em todo o mundo.
Vamos com calma. Há pessoas que tomam esses medicamentos, estão satisfeitas e essas drogas são-lhes úteis. Mas atenção que esses remédios são viciantes e limitam reflexos. E podem provocar náuseas e disfunção intestinal .

Há agora uma nova geração de remédios muito eficazes e bem mais recomendáveis: os benzodiazepínicos. São agradáveis, eficazes e uteis. O tratamento a tempo e o acompanhamento médico podem evitar que essas doenças se tornem crónicas.

Mas a resposta efectiva e o tratamento aconselhado não se esgotam nas drogas. O seu parceiro ou um grupo de amigos, a actividade laboral ou o exercício físico podem fazer melhor que o antidepressivo ou , ao menos , complementar a sua acção.
Está à espera de quê? Fique mais perto dos seus, fale com eles , conviva , partilhe as suas duvidas e preocupações.

Vá lá , os Amigos são para as ocasiões!

Fontes:
David López , psiquiatra e fundador da “Mente A mente”
Guillermo Lahera, psiquiatra (Madrid)

Apesar de nem todos os povos , sociedades e culturas usarem o beijo como nós o  usamos,  o beijo, desde que o conhecemos,   continua a ser um gesto furtivo , roubado ou consentido, de amor, afecto, ternura e carinho entre humanos.

Reza a história que o primeiro beijo nasceu na Mesopotâmia há cerca de 4.500 anos.

Claro que teve  altos e baixos ,foi visto e aceite melhor e pior, seja por razões sociais ou emocionais. Mas nem todos os humanos se beijam . Só 46% das culturas existentes neste mundo adoptam o beijo nos seus hábitos e costumes. Que desperdício !...

E se a maioria está com o beijo é porque beijar é coisa boa. E é !

Investigadores mais ousados e investigações mais afoitas dizem que os humanos herdaram o beijo como função higiénica . E que o fomos transformando no propósito fraterno e de comunhão que lhe damos hoje, especialmente pela atractividade crescente dos nossos lábios.

Respeitáveis estudos afirmam  também que a origem do beijo é ser um ritual de limpeza entre primatas que usam a sucção labial para a higiene da sua família e amigos.

Verdade , verdadinha,  é que um beijo é bem capaz de mudar o curso de uma vida.

Fontes -

Evolutionary Anthropology

Adriano R. Lameira,  Universidade de Warwick (Reino Unido)

Sheril Kirshenbaum, autora do livro “A Ciência do Beijo”

Revista Science ( 2023)

Troels Pank Arbøll, Universidade de Copenhague (Dinamarca)

American Anthropologist (2015)