Sabia que se deve aos Filipes e ao período de vigência da União Ibérica (1580-1640) a popularização do uso do gelo em Portugal?

Em Portugal , a técnica e o uso do gelo remonta ao tempo dos mouros, que já usavam o gelo e a neve para fazer bebidas geladas e doces com especiarias e xaropes .  E  é  bem certo que existem indícios de que as elites egípcias ( 2.000 A.C.)  tinham gelo  para refrescar bebidas e conservar alimentos, que  também  chineses ( 1.100 A.C.) e persas (400 A.C.) faziam o mesmo, tal como o imperador romano Nero (54-68 D.C.) que , consta , adorava gelados.

Por isso não é de estranhar que no séc. XIV tenham começado a aparecer as primeiras formas de gelados em Itália e que tenham sido eles a “exportar” para França e Espanha as primeiras receitas. De facto, durante os séculos XV e XVI, a Itália refinou a arte de criar gelados. Catarina de Médici levou estas receitas para a França, quando se casou com Henrique II em 1533, introduzindo o conceito de sobremesas geladas à corte francesa.

Foi a importância crescente do uso do gelo quer na conservação de alimentos, como a  carne e o peixe ; quer na refrigeração de bebidas, como o vinho, a água ou os sumos; quer, também , na medicina, para aliviar as febres e reduzir as inflamações ; quer , por fim, na produção de gelados, misturando-o com frutas, açúcar , leite e sal , para que este criasse uma reacção de solidificação, que levou à criação , em Portugal, no séc. XVIII,  da Real Fábrica do Gelo.

Construída  na Serra do Montejunto, a Real Fábrica do Gelo , um dos raros edifícios do género ainda existentes na Europa, e que ainda hoje pode ser visitada, produzia , de forma natural e em tanques de água de 12 cm de altura, gelo  que depois guardavam em tanques subterrâneos e que , finalmente, transportavam para Lisboa utilizando burros e carros puxados por animais.

E esta , hem?

Deixem-se de tretas!

Quando se fala da Saúde  a conversa dominante é sempre a mesma : dizem que há falta de recursos humanos ; que se estão a saldar as dívidas com as farmacêuticas;  que se está a investigar  o processo operacional do  INEM;  que a linha de telefone do SNS24 está  funcionar lindamente e que é obrigatório , em caso de urgência, falar para lá e só depois  ir para o hospital, etc., etc., etc. Já para não falar nas ambulâncias, nos para médicos e nos bombeiros…

Da vida amalucada dos doentes com pulseiras coloridas há espera horas fio nas urgências hospitalares, nem pio; da dificuldade da conversa telefónica e da arriscadíssima análise à distância, sem ver nem saber da história clinica de cada qual, nem palavra; dos centenas de milhares sem médico de família e há anos sem resolução, falar para quê?

Sejamos sérios. Como é que se analisa correctamente uma situação clinica, sem ver o doente , se sabemos que não somos iguais uns aos outros e que o organismo de um não é como o do outro, e mais ainda, quando cada um de nós tem a sua herança hereditária ?

Independentemente dos múltiplos problemas humanos e orçamentais que tenha , e tem , o Serviço Nacional de Saúde  , e apesar de ser um dos melhores que existem no Mundo, o que é verdadeiramente urgente é voltar a colocar o doente no centro da Missão e do Objectivo do SNS. Mas não se esqueçam : com o propósito de tornar igual o acesso à Saúde, alheio aos constrangimentos da interioridade , das filas de espera  e  da pobreza.

Se ao menos tivéssemos todos um cartão nacional de saúde , como existe em Espanha (TSI  - Tarjeta Sanitaria Individual), que está ligado a um prontuário electrónico e daí a uma detalhada informação inserida na história clinica digital, talvez fosse mais fácil aos profissionais de saúde , quando contacta com um doente, saber mais do histórico de cada qual  , aceder a recomendações médicas específicas do paciente em presença  e decidir melhor a assistência que cada um carece!

Convenhamos que já era tempo para que o SNS passasse a interiorizar , nas suas politicas e nos seus planos de profilaxia das doenças , a tranquilidade e racionalidade dos saudáveis  e a integrar, nas suas acções de atendimento e socorro dos doentes, a angustia e a ansiedade dos que estão em sofrimento.

De uma e da outra forma estar-se-ia  a pôr as Pessoas no centro do SNS !

É sabido que ultrapassámos o aumento de temperaturas de 1,5 graus celsius e que 2024 foi o ano mais quente de que há registo. E como as acções têm consequências…

Para melhor percebermos o mal que fazemos a nós próprios, relembro que deveremos estar preparados para podermos ter mais dias com temperaturas elevadas , secas mais frequentes e prolongadas , períodos mais extensos com  escassez de  água e períodos mais curtos, mas também mais frequentes , de chuva intensa. Nos oceanos , é possível um  aumento do branqueamento de corais , o que afectará a vida marinha , mais degelo e aumento inusual do nível do mar.

A alteração do meio ambiente pode levar a desusadas migrações de aves  e o aumento da temperatura pode potenciar a presença, nos humanos,  de doenças  derivadas do aumento do calor.

Claro que a variedade da produção agrícola também pode ser afectada tal como o nível e a produtividade da  produção propriamente dita .

Tendencialmente haverá movimentos de deslocalização de pessoas das regiões mais afectadas e , como sempre, serão os mais frágeis e os mais pobres os mais afectados pelas consequências económicas do agravamento do clima. Quem havia de ser?

Até quando continuamos a assobiar para o lado??? Até quando???

Cada dia que passa mais ouvimos lamentos sobre a ofensa à paisagem resultantes da presença de cada vez mais painéis solares . A aposta no aumento da oferta de electricidade com origem em fontes renováveis, especialmente a fonte solar, tem poluído o nosso horizonte visual. Não há mal que por bem não venha…

A energia eléctrica que consumimos, reportando-nos aos últimos dados disponíveis, relativos a  2023,  dizem-nos que  a nossa electricidade tem  3 origens com valores aproximados de :

1. 60% de energia de fontes renováveis
2. 20% de energia de fontes não renováveis
3. 20% de importações

Expliquemos: fontes renováveis são as solar, eólica, hídrica e outras; fontes não renováveis são a do gaz natural e do carvão; e a de importações trata-se do saldo entre o que importamos e exportamos  de e para Espanha.

Importante é sublinhar que produzimos cada vez mais de fontes renováveis com destaque para a produção solar fotovoltaica. Ainda não há dados de 2024 mas a produção em Agosto de 2024 já estava ao nível do valor total produzido em 2023. Ou seja, estamos no bom caminho para atingirmos a neutralidade carbónica em 2050.

Claro que gastamos cada vez mais energia e o clima também influencia a produção em sede das renováveis. Basta que haja secas severas para baixar a produção hidroeléctrica e podermos ter de recorrer , eventualmente , a outras fontes como as  não renováveis ou a importação.

É importante também perceber que o aumento da qualidade de vida e do conforto a que todos temos direito leva  ao aumento da potência instalada e do consumo. E a sazonalidade e a imprevisibilidade do clima influenciam a produção renovável .  Tudo aconselha , pois , apostar no armazenamento de energia e na eficiência energética.

Certo, certo, é que estamos no bom caminho para termos cada vez mais energia mais limpa,  ambiente melhor e melhor vida.

P:S.Ultima hora : Portugal aumenta as energias limpas: 71% da electricidade consumida em 2024 procedia de fontes renováveis

Fontes – REN – Rede Eléctrica Nacional

                 Revista “O Electricista”

                 El País

Está esgotado o presidente das selfies. Aquele que disse e escreveu que  Pinto Balsemão, que o tinha contratado para o Expresso , estava “lélé da cuca” (sic), está a passar por um momento difícil que é o de equilibrar , como define Paulo Portas,  “a metade boa que Deus lhe deu com a metade demoníaca que o Diabo lhe ofereceu”. Se , como ele diz,” soubesse o felizes que nós eramos” não teríamos chegado a este ponto. Hoje está da pior maneira  nas bocas do mundo ,sem dó nem piedade, e pelas piores razões. Não há comentador que o poupe nem há comentador que não se atreva…

Há "alguma mágoa" de Marcelo por não ser mais ouvido pelo Governo. "Marcelo pode estar a ser vítima dele próprio: Montenegro evita a todo o custo partilhar informação com o Presidente" diz Rui Calafate ao analisar a mensagem de Ano Novo do Presidente da República.

Para o comentador Anselmo Crespo, Luís Montenegro faz "uma gestão muito mais cautelosa da informação que passa" a Marcelo Rebelo de Sousa. Montenegro sente que Marcelo precisa mais dele do que o contrário" e "Montenegro retém muita informação. Isso está claramente a irritar o Presidente da República". Anselmo Crespo afirma ainda que a "química" entre Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro não é a mesma que o Presidente da República tinha com António Costa.

O director executivo do jornal “O Observador” Miguel Pinheiro  garante  que há "um desligamento" entre Marcelo e Montenegro. "Marcelo e Costa entendiam-se, falavam a mesma linguagem. Montenegro é uma pessoa mais fechada”. Rural, politico rural, dizia Marcelo dele aos jornalistas estrangeiros .

"Marcelo teve de fazer uma opção. Se aprofundasse temas como saúde e segurança teria de criticar o Governo e não quis", afirma no seu comentário , na CNN ,Pedro Tadeu.

"O sonho de Marcelo Rebelo de Sousa era acabar o seu mandato com um Governo da sua família política. Mas não está a ser tudo o que idealizou" disse Margarida Davim que ainda refere que Luís Montenegro e o actual Executivo "sentem que têm de controlar toda a informação", algo que os "desencontra" com o Presidente da República.

Depois de Marcelo tudo ter feito para ajudar a chegar ao Governo o seu partido, o PSD, é assim que lhe agradece.

Cá se fazem, cá se pagam !! Uma vez vichyssoise, sempre vichyssoise…