O IMPORTANTE PARA O SNS TEM DE SER O DOENTE !
fco
Deixem-se de tretas!
Quando se fala da Saúde a conversa dominante é sempre a mesma : dizem que há falta de recursos humanos ; que se estão a saldar as dívidas com as farmacêuticas; que se está a investigar o processo operacional do INEM; que a linha de telefone do SNS24 está funcionar lindamente e que é obrigatório , em caso de urgência, falar para lá e só depois ir para o hospital, etc., etc., etc. Já para não falar nas ambulâncias, nos para médicos e nos bombeiros…
Da vida amalucada dos doentes com pulseiras coloridas há espera horas fio nas urgências hospitalares, nem pio; da dificuldade da conversa telefónica e da arriscadíssima análise à distância, sem ver nem saber da história clinica de cada qual, nem palavra; dos centenas de milhares sem médico de família e há anos sem resolução, falar para quê?
Sejamos sérios. Como é que se analisa correctamente uma situação clinica, sem ver o doente , se sabemos que não somos iguais uns aos outros e que o organismo de um não é como o do outro, e mais ainda, quando cada um de nós tem a sua herança hereditária ?
Independentemente dos múltiplos problemas humanos e orçamentais que tenha , e tem , o Serviço Nacional de Saúde , e apesar de ser um dos melhores que existem no Mundo, o que é verdadeiramente urgente é voltar a colocar o doente no centro da Missão e do Objectivo do SNS. Mas não se esqueçam : com o propósito de tornar igual o acesso à Saúde, alheio aos constrangimentos da interioridade , das filas de espera e da pobreza.
Se ao menos tivéssemos todos um cartão nacional de saúde , como existe em Espanha (TSI - Tarjeta Sanitaria Individual), que está ligado a um prontuário electrónico e daí a uma detalhada informação inserida na história clinica digital, talvez fosse mais fácil aos profissionais de saúde , quando contacta com um doente, saber mais do histórico de cada qual , aceder a recomendações médicas específicas do paciente em presença e decidir melhor a assistência que cada um carece!
Convenhamos que já era tempo para que o SNS passasse a interiorizar , nas suas politicas e nos seus planos de profilaxia das doenças , a tranquilidade e racionalidade dos saudáveis e a integrar, nas suas acções de atendimento e socorro dos doentes, a angustia e a ansiedade dos que estão em sofrimento.
De uma e da outra forma estar-se-ia a pôr as Pessoas no centro do SNS !