CONTRA A CHAFURDICE DOS “ INFLUENCERS” …
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A necessidade de chegar primeiro com a noticia , a vontade de divulgar o acontecimento em “exclusivo”, o desejo de “ir para o ar” antes dos outros, a vertigem de escrever um texto que se veja na 1ª página, “empurram” o jornalismo para a superficial e acelerada verificação dos factos e distanciam-no da verdade.
É certo que vivemos num ecossistema de informação onde muitos se instalam na chafurdice da informação e da desinformação e onde assumem, como bom e verdadeiro, o catálogo de palermices dos seus “ influencers” , cujo modelo de negocio é, as mais das vezes, baseado em mentiras e calunias.
Mas, a despeito desta pressão existente no mercado da informação, e face à necessidade de aprimorar a respeitabilidade e ganhar reconhecimento, e aceitando como legítima a vontade de suplantar a concorrência, para ajudar a viabilidade económica dos meios sérios, não vale tudo para que a noticia concorra com a internet, meio mais rápido, mais superficial e mais versátil.
Claro que a velocidade a que as noticias se processam e a divulgação dos factos tende a alimentar uma postura de superficialidade sobre as coisas. Verifica-se menos do que se devia fazer e tende a acreditar-se mais nas fontes . É a pressa. E o risco do exercício da liberdade de expressão dar o braço ao processo de difamação é real. Mas é deplorável.
Seja como for, os media convencionais e os Profissionais da Informação poderiam e deveriam ser mais fervorosos bastiões do respeito pela verdade da Informação e estar mais comprometidos com a Responsabilidade Social que têm.
E se precisam de apoio que venha ele em defesa da Democracia e da Verdade!
Fontes:
Código de Ética para os Profissionais da Informação
Ana Margarida Dias da Silva, Leonor Calvão Borges, Luísa Alvim / 14º Congresso Nacional BAD, 2023